sexta-feira, outubro 27, 2006

Isto vai

Não sou o único que está farto
Não sou o único cansado
Não sou o único que acha que já chega
E ainda bem que para além de mim e dos muitos que estamos fartos, cansados e que acham que já chega, há alguém com a mesma opinião mas que pode efectivamente fazer a diferença.
Ide ler, ide.

quinta-feira, outubro 26, 2006

O Maior Português foi António Augusto




Não resisto a deixar aqui parte do que retive sobre o programa Os Grandes Portugueses que agora terminou.
Da parte em que se começa a falar de Aristides de Sousa Mendes – em quem eu votei (sim, é verdade, votei) – e de quando o Prof. Hermano Saraiva contrapôs o Dr. Fernando Nobre dizendo que o diplomata, a ser verdade o facto de ter morrido na pobreza, teria sido por opção própria, uma vez que teria recebido o seu vencimento até ao dia da sua morte. A verdade é que, tal como o tinha feito em Paris e depois já em território nacional, contribuiu para a possibilidade de exílio de dezenas de milhares de judeus a expensas próprias, sacrificando tudo o que tinha.
O que é também verdade, é que o Prof. Velha Carcaça molhada em Whisky não concebe – de tanto Estado Novo gravado a ferro na sua cabeça encharcada em copos pequenos de importação escocesa – perdoar quem tenha ofendido e desrespeitado sua eminência, Sr. Prof. de Santa Comba.
E eis que chega finalmente a questão: o Sr. Professor António de Oliveira Salazar. Na lista, fora dela, sugestão imposta, grande português, pequeno português e eu sei lá que mais.
(Devo confessar que consigo ter um profundo gozo (ali um bocadinho antes do orgasmo) quando os defensores Antigo regime levam na tromba. E foi o caso.
Já o Prof. andava no chão agarrado à cadeira para não deixar cair o homem quase 35 anos depois de ter caído.)
Acho que só Mário Bettencourt Resendes – meu mui ilustre professor que bastante respeito e admiro – se manteve quieto. Se bem que era capaz de jurar que um pequeno sorriso queria sair, tímido, é certo, mas que queria sair era capaz de jurar.

Relembro ainda o RAP quando assinala de forma brilhante este facto que é Salazar estar a ser escrutinado pos mortem quando em vida sempre se recusou a fazê-lo e mandou prender e abater quem pensava diferente.

Aproveito, por fim, para relembrar António Augusto, esse sim, o Maior Português de Sempre. Pastor de Trás os Montes, residente na recôndita aldeia de Ai-Meu-Deus pelos idos anos de 1890 e que com os 2 metros e 12 era capaz de olhar pelo rebanho de mais de 700 cabeças de gado sem sair da soleira da porta. António Augusto, estou certo, foi o Maior Português de Sempre.

terça-feira, outubro 24, 2006

Desculpem lá, que eu já não me lembro:

pode-se escrever "foda-se" aqui ou não?

"Lucílio, mais uma vez"

NG

segunda-feira, outubro 23, 2006

Pipocas




O Sr. passou à minha frente.
Não passei nada pá.
Desculpe mas passou.
Deves...
Mas devo o quê?
o que é que tu queres pá?
Quero que o Sr. vá para a fila.
por acaso... eu já aqui estava.
Não estava não.
Estava.
Mas o que é que tu queres? O que é que queres pá?

Um levanta a mão e prega uma chapada no outro. Embrulham-se, agarram-se, dão meia dúzia de murros e são separados 2 minutos depois.

A clareira que se abriu volta a fechar-se.

Ainda meio baralhado, chega a minha vez, peço o que quero, pago e sigo.

Fiquei a pensar se é a isto que as pessoas se referem quando dizem que detestam o pessoal das pipocas no cinema.

PS- baseado em factos completamente verídicos ocorridos na sexta-feira, mesmo mesmo à minha frente na fila do cinema.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Unanimidade

Não me lembro de o Benfica ter tido um treinador um treinador que merecesse unanimidade de opiniões, nem pela positiva, nem pela negativa. Recordo-me de alguns criticos severos de Eriksson, mesmo na 1ª vez que cá esteve, e também de uns apoiantes, quase fundamentalistas, é certo, mas apoiantes, de Artur Jorge.
Mas não conheço ninguém, mesmo ninguém, que apoie o Santos (a familia, o Vieira e o Veiga não contam).
Que raio de homem.

terça-feira, outubro 10, 2006

Acredito


Não sou um connaisseur mas aprecio arte. E gosto especialmente de arte moderna. E gosto muito da colecção do Sr. Joe Berardo. Verdade que gosto. Verdade que o homem tem peças que gostava muito muito muito de ter em casa.
Mas nem mesmo assim, ter que gramar com o Sr. Joe Berardo 10 vezes por intervalo a passear numa rua e sentadinho no cú de Judas se torna menos penoso. Enquanto me lembrar, o AmEx não entra cá em casa.
Sr. Berardo, às tantas ía comprar mais uns quadros e umas esculturas e umas coisas bonitas para a malta ver e deixava isso dos anúncios, ãh?
Acredite homem, você consegue.




Porra. Lá está o gajo outra vez. Já não aguento.

domingo, outubro 08, 2006

Ide ler, ide

Para não continuarmos a falar de cor sobre o que desconhecemos, leitura obrigatória de "O mundo permanece em silêncio", na Rua da Judiaria.

NG

Os filhos dos outros

Quem me conhece, sabe que gosto de crianças. Sempre gostei. Sempre tive paciência para brincar com elas e alinhar nas suas parvoeiras. Dirão os que me conhcem que terá a ver com uma semelhança em termos de idade mental; a esses chamo nomes feios e pronto.
A verdade é que isto de ser pai fez com que tivesse um outro olhar sobre o assnto.
Isto de ter filhos faz com que os conheçamos melhor e saibamos mais e melhor como gerir as brincadeiras, os tempos e a atenção que lhes dedicamos. E se tudo isto é verdade para os nossos, é também verdade quando se trata dos filhos dos outros.
(E aqui - obviamente - não se incluem os filhos dos nossos amigos. Esses são nossos também.)

É verdade que os miúdos não têm culpa dos pais que têm, mas é também verdade que quem tem filhos que os ature.

Em frente ao jardim da parte de trás da nossa casa ficam outras casas também com jardim. E ficam outras pessoas que também têm filhos.
E se, por uma manhã, os filhos destes senhores resolverem vir brincar com a pim pim, por mim tudo bem. Vá que os putos fiquem mais do que é suposto, entrem pela casa dentro e à pergunta: precisas de alguma coisa? respondam: estou só a ver. São putos e eu percebo a falta de discernimento. Que brinquem com os brinquedos da minha filha também não me chateia e vá, ao limite, que não sejam educados para arrumar as coisas depois da brincadeira e tenha que ser eu e a pim pim a arrumar tudo, também dou como aceitável. O que me tira mesmo do sério é o facto dos pais das criaturas deixarem os putos andar aqui - e só para que conste, nós não conhecemos os senhores de parte alguma e nunca os vimos mais gordos - e assim que percebem que os putos estão "entregues" viram costas e vão para dentro. Nem um "oh filho não chateies os senhores" de cerimónia ao que eu responderia "não chateia nada, deixe-os estar" de simpatia. nem um "venham para cima" ocasional que levaria de troco um "não tem problema" diplomático. Nada. Niente. Not a word. Nem tugem nem mugem. E vá, mesmo mesmo no limitezinho da coisam se isto fosse uma cena isolada de uma manhã ou mesmo, na mais absoluta loucura, de um dia inteiro, eu nem me senatava aqui às 2 da manhã a escrever isto. Acontece que já lá vão 2 dias e se eu ficasse aqui amanhã o dia inteiro, guess what, tinha os putos aqui outra vez.
Hoje, por exemplo, à hora do almoço - e especialmente porque tínhamos amigos para almoçar, a mesa não é grande e pronto, eu também não conheço os putos de lado nenhum - tiveram as crianças de ser convidadas a voltar à casa dos paizinhos. Depois, para a sesta, novamente um cortês "agora têm de ir para casa que a pim pim vai dormir, 'tá bem?". Tipo 3 vezes. Dos pais, népias. Até podia agarrar nas crianças, metê-las no carro e ir vendê-las a Marrocos que os dignos progenitores nem davam conta.
No meio da brincadeira, o mais novo aleijou-se e querem ver que teve que ser a minha mulher, grávida, a agarrar na criança e direccioná-la quase até à porta de casa dela que nem com o puto aos berros os gajos se assomaram...
Juro que não percebo.
Se calhar sou só eu, mas que não percebo, não percebo.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Saudosismos

"Eu sou do tempo" é daquelas frases que nos acrescentam, pelo menos, 30 anos. Mas ainda assim, devo-vos dizer que eu sou do tempo em que se compravam ténis (ou sapatilhas, como dizem, e bem, os portuenses) na casa Senna. Quando já tinha os Artur Ashe ou os Stan Smith estoirados, lá ia eu com a minha mãe à Casa Senna comprar outros Artur Ashe ou Stan Smith. E a escolha limitava-se a ténis com nomes de jogadores de ténis retirados (Artur Ashe, Stan Smith e Nastase) ou com nomes de jogadores de ténis no activo (Stefan Edberg e Ivan Lendl).
Mas entre as cinco hipóteses de escolha, estávamos a falar de ténis brancos, com umas riscas condizentes com a marca e que serviam para tudo: andar, correr, jogar ténis, futebol ou a macaca.
Hoje, como uma verdadeira familia suburbana (que somos), fomos ao Decathlon de manhã. A minha filha precisava de acessórios para a ginástica, e eu aproveitei para espreitar uns ténis.
Mas onde andavam as cinco escolhas de ténis? Para já, os ténis agora dividem-se em grandes categorias, e estas, por sua vez, em várias sub-categorias. Entrei na secção do "running" e descobri que existem ténis para marcha, outros para marcha e corrida ocasional, outros para corrida frequente e ainda outros para corrida intensa. "Mas eu só quero uns ténis", pensei eu. E procurava, seguindo a lógica Casa Senna, uns ténis brancos, do Sampras, do Agassi, ou então do Federer, mas isso contraria a lógica cientifica que agora até se impoe aos nossos pés.
Acabei com uns New Balance pretos, para Marcha e Corridas Ocasionais (que no meu caso, só acontecem quando tenho que fugir da chuva ou de meliantes).
E lembrei-me da Casa Senna. Bom, também me lembrei dos ténis Sanjo. Mas afirmar que sou do tempo dos ténis Sanjo dá direito a muito mais que 30 anos.
NG

segunda-feira, outubro 02, 2006

Análise do jogo de forma séria

O porto levou mesmo na pá.
Mas mesmo mesmo.
Mesmo mesmo mesmo.
E ainda vai levar mais.

Análise do jogo a frio

o Porto levou na pá o Porto levou na pá o Porto levou na pá

domingo, outubro 01, 2006

Benfica anos 80

Temos jogadores que utilizam os dois nomes próprios (Paulo Jorge como Carlos Manuel) e diminutivos (Miguelito como Néné); um guarda-redes frangueiro, mas bom rapaz (Quim como Silvino); um meio campo defensivo com um jogador tecnicista mas macio (Karagounis como Shéu); um treinador que dá palmadinhas aos jogadores substituidos (Santos como qualquer outro treinador português dos anos 80).
Junte-se a isto a bigodaça do Vieira e temos os anos 80 na Luz.
NG