domingo, julho 31, 2005

Menos um trauma

Aqui há uns tempos publiquei os meus traumas. Mas esqueci-me de um: o episódio do Sandokan em que ele matou um tigre. Nessa sexta-feira - o Sandokan dava às sexta-feiras à noite - os meus pais lembraram-se de passar o fim-de-semana fora. Não havia video, aliás, nem sequer havia televisão a cores. E lá fui eu para uma terriola qualquer e não vi o Sandokan a matar o tigre. Mas que raio de importância tem o Sandokan a matar o tigre? Sei lá, caraças, mas na altura tinha toda a importância do mundo e, prova disso, é que me lembro como se fosse hoje.
Mas, graças à FNAC, e contrariando os apelos da minha mulher - que acha, e bem, que as recordações de infância devem lá ficar - vou comprar o DVD do Sandokan e vou, finalmente, ver o raio do homem a matar o tigre! E a cores!

NG

Anti-Lisboeta primário?

Não, não é o Pinto da Costa. É o Vital Moreira: começou pelo aeroporto e agora é o sotaque.

Recorrendo ao dicionário de Lisboetês que ele está a construir no Causa Nossa, gostaria de dizer que só deuchabe o que motivou este fachínio chêntrico. Tenho quir. O meu tefone tá a tocar.

NG

Conforto

Umas colegas solícitas encurtaram-lhe o cabelo e aumentaram-lhe a cadência dos banhos. Trocaram-lhe os óculos por lentes e as camisas de folhos por marcas da Guerra Junqueiro. Do que trouxe manteve apenas o nome, o sotaque e os preconceitos da sua terra. Ficou um ano, tempo suficiente para conhecer as luzes da cidade e fazer amigas e amigos. Depois, foi-se embora, voltando a onde tinha os autores da sua cartilha e mais com quem partilhá-la; e onde tinha a sua casa, o seu quarto, o seu colchão, o seu gato, os seus cheiros, os seus sons. E lá era apenas mais uma, não a que tinha um sotaque giro, nem a que corava constantemente.
Não faltou quem lhe adivinhasse uma vida pequena, tal como a terra sem mar para onde voltou.
Mas lá sentia conforto. E o conforto está muito próximo da felicidade.

NG

sábado, julho 30, 2005

Ganhei o Euromilhões

É verdade, Maldita febre esta de ficar rico num instante que cheguei agora a casa e fui ao site da Santa Casa ver a chave premiada. À primeira vista, um número e uma estrela. Numa segunda volta... olha, mais um número, terceira rodada: 3 números e uma estrela. Tive que ir ver as instruções da coisa para ver se dava direito a algum prémiozito. E dá: €30, 63, Não é mau. Para quem nunca joga e apostou €10 de uma vez, saí no lucro. Vou ver se consigo ser tão altruísta como o Al Vez!

Não vos parece que falta aqui qualquer coisa?

The percentage of U.S. Internet users, ages 12-17, who do the following online:
84% - Go to Web sites about movies, TV shows, music groups, sports
76% - Go online to get news or information about current events
75% - Send or receive instant messages
43% - Buy online merchandise
57% - Go online to get information about college
22% - Look for information about a health topic that's hard to talk about
89% - Send or read e-mail
81% - Play online games

SOURCE: Pew Internet & American Life Project

(notícia encontrada no ContraFactos & Argumentos)

NG

sexta-feira, julho 29, 2005

Dever e direito

PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A “BUSCA DE SOLUÇÕES” EM DETRIMENTO DA “ESPECULAÇÃO”?

"Respeito muito os signatários, mas há sociedades que valorizam mais a especulação e a análise, enquanto outras valorizam mais a busca de soluções." (Manuel Pinho, Diário Económico, 28-07-07)
(respondendo ao repto de JPP no Abrupto)

NG

p.s. a propósito deste assunto, recomendo a leitura deste post, do João Miranda no Blasfémias
p.p.s. temos o dever de exigir informação porque temos o direito de a obter. A democracia, se quisermos, é muito simples

Este país não nos larga 2

Esta manhã, a minha cidade recebeu-me em fato de gala. Os prédios, com o sol a roçar as suas cabeças, pareciam velas, transformando o cinzento em amarelo quente. Como banda sonora uma canção de uma simplicidade genial, que não ouvia há séculos. "O amor quanto acontece, nunca é de mais, não se esquece" canta-se e aplica-se a Lisboa.

Este país não nos larga.

NG

Vício?

Chegámos agora a casa. A minha mulher diz-me para irmos dormir. Eu ainda quis vir aqui. A esta hora. Será vício? Porra, já me basta o tabaco. Até logo.

NG

quinta-feira, julho 28, 2005

Atenção: este post tem mais asneiras do que um relatório de arbitragem dum jogo distrital no Porto

Hoje, às 10 para às 9, a António Augusto de Aguiar estava parada. Porquê? Porque uns caralhos duns paneleiros tinham batido e deixaram a merda dos carros no sitio do acidente. Encostar? Foda-se! Nem pensar, caralho, que ainda nos enganamos no cabrão do desenho da declaração amigável. E então esses cabrões de merda ocuparam duas faixas, obrigando toda a gente (incluíndo eu) a circular em sentido contrário. Resultado: uma puta duma barafunda, tudo a apitar e demorei 20 minutos num percurso que no máximo leva 2! E os caralhos dos gajos, preocupados? Não, estavam com os seus coletinhos reflectores, os conas de merda, a dar razão à vieira do mar, como se a puta da confusão não fosse nada com eles. O que esses filhos da puta mereciam eram uns bons murros naqueles cornos e os colhões entalados na porta dos seus carrinhos de paneleiro, para que ganhassem um bocadinho, um pintelhinho de sentido cívico.

NG

p.s. desculpem lá as caralhadas mas estas merdas deixam-me doido
p.p.s. espero que a minha mãe não leia isto

quarta-feira, julho 27, 2005

E o cuzinho lavado com água de malvas?

Respostas de outrora

Na semana passada fui abordado por uma colega à qual nunca dei nenhuma cúnfia, mas que, por qualquer razão, perguntou a idade da minha filha. "14 meses", respondi eu. Nova pergunta imediata "Já anda?", "Não, já se aguenta em pé mas não anda". Observação com ar entendido da personagem "Pois, está atrasada".

Bom, há uns anos (não muitos) o meu comentário seria qualquer coisa do tipo "Pois está. Por isso é que lhe estamos a fazer um tratamentos com choques eléctricos. Ela chora muito mas compensa, porque já começou a dar alguns passos".

Em vez disso, referi apenas "Não, é normal" e tive direito a uma cara paternalista, do tipo não percebes que a tua filha tem problemas, eu é que sei, que apesar de ser uma solteirona feia e metediça, li bastantes livros nos anos 70, ou seja, na época que ainda julgava que iria ser mãe.

Da próxima vez que a senhora me encontrar vai-me com certeza perguntar "Então, a sua filha ainda não anda?". Mas dessa vez, acho que vou relembrar os velhos tempos e aposto que a senhora nunca mais me volta a perguntar o que quer que seja.

NG

As autoridades britânicas estão visivelmente embrigadas

Ajudando o Ministro da Economia

Anda toda a gente a chatear o Ministro da Economia sobre o TGV e o novo aeroporto. Eu decidi ajudá-lo a encontrar alternativas, porque ele deve ter "biliões" de preocupações.

Se bem percebi as palavras do Ministro, Portugal precisa:

i) de investimento público, consubstanciado através de grandes obras porque, de outra maneira, não haveria razão para a existência de um Ministério de Obras Públicas;
ii) que essas obras tenham a ver com transportes porque, já se sabe, nós, os gajos, desde pequenos que adoramos brincar com carrinhos, comboios e aviões. Aliás, já a ideia da construção dos estádio do Euro teve exactamente a ver com aquilo que nós, os gajos, gostamos;
iii) que as obras tenham por base obras já existentes ou planeadas em Espanha, excepto se essas obras tenham de alguma forma a ver com ventos ou casamentos;
iv) que as obras existentes ou planeadas em Espanha se consigam encontrar no Google.

Respeitando integralmente estes pressupostos, sugiro uma alternativa ao TGV e Ota: parques de diversões.
Reparem:
i) poderá ser também um investimento público e caso se ache que se trata de uma obra pequena, construa-se um parque por Distrito;
ii) nós, os gajos, também adoramos parques de diversões. Além disso, a vertente transportes também está contemplada, através das montanhas russas;
iii) já existem vários parques de diversões em Espanha, portanto não corremos o risco de construir algo que os nustros hermanos já não tenham;
iv) os parques de diversões em Espanha encontram-se à primeira no Google. Exemplo: http://www.warnerbrospark.com/.

Poderão perguntar: para que é que nós precisamos de parques de diversões? Ora, ora, nós também não precisamos do TGV e do novo aeroporto e isso não é um problema para o Ministro. Não compliquem. Sejam construtivos como eu.

NG

O Ministro da Economia (II)

O Ministro da Economia

O meu insulto favorito

Vai mamar na quinta pata do cavalo do Gary Cooper

NG

p.s. porquê Gary Cooper? Não sei. Sei que com Joaquim Bastinhas não resulta tão bem.

terça-feira, julho 26, 2005

Se jogares lá tão bem como cá, não te adianta nada

Politiquês em familia

E quando a minha mulher me disse que iamos passar um fim-de-semana fora, eu disse-lhe que da próxima vez deveria submeter isso a um processo prévio de consensualização. Ela respondeu
que já o tinha feito muitas vezes no passado e não tinha conduzido a nada.

NG

Como é que eu hei-de dizer que não tou para perder tempo a discutir as minhas ideias com ninguém? Já sei!

"Há certas medidas que, se forem submetidas a processos prévios de consensualização, como tantas vezes aconteceu no passado, não conduzem a nada" Alberto Costa, sobre a redução das férias judiciais, PÚBLICO, 26-07-20005


NG

Confirma-se: o criminoso volta sempre ao local do crime

segunda-feira, julho 25, 2005

Notícias que mudam a nossa vida

Thiago Motta (Barcelona) operado a um dedo do pé. O futebolista Thiago Motta foi operado esta segunda-feira a um quisto num dedo do pé esquerdo, situação que o obrigou a abandonar o estágio da equipa na Dinamarca.
De acordo com o site oficial do clube catalão, o médio brasileiro poderá ter que passar novamente pela mesa das operações, algo que dependerá dos resultados da análise ao quisto.

Dedo. Do pé. Quisto. Análise ao quisto. Resultados da análise. Ao quisto.

Estou profundamente abalado.

NG

Tiro na água

Mas que tiro tão pouco certeiro do professor. Se os Estados Unidos têm mais ou menos 18 ou 19 porta-aviões não me parece mal se nós tivermos só um. Mesmo velhinho e tudo.

Batalha naval

surprise surprise

E não é que desta vez concordo contigo? Ainda pensei fazer um comentário ao teu post, mas achei que não tinha problemas em postar de viva voz. Acho que não. Acho que Mário Soares não se devia candidatar. Concordo contigo por motivos alguns diferentes e por outros concordantes, mas genericamente concordo. Acho que não é preciso. Não faz sentido. Não se enquadra. E ainda assim, divide-nos esta a admiração e respeito que tenho pelo homem que tu abominas. É assim a nossa vidinha. É assim o nosso [ai-dia].

Uma última palavra sobre a candidatura de Soares

NÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOO!

NG

Efeitos da candidatura de Soares

Eusébio foi apresentado hoje como o último reforço do Benfica. "É o nº 10 que nos faltava", adiantou José Veiga.

José Cid, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos do Carmo formam boys band. "Vão apostar na música de dança e já têm umas coreografias fantásticas", anunciou o manager da nova banda.

Eládio Clímaco vai apresentar o Clube dos Amigos Disney. "Precisávamos de injectar juventude no programa" referiu o responsável pela programação.

NG

Parolices a fazer quando ganhar o Euromilhões (III)

Ter a Vera Roquette na sala para me ajudar a escolher os DVDs.

"Na gaveta A temos os três Duques e na gaveta B o Kungue Fungue"

NG

Parolices a fazer quando ganhar o Euromilhões (II)

Contratar o António Sala para a minha festa de aniversário.

"Tenha muuuita saúuuude e amigoooos tambémmmm".

NG

Parolices a fazer quando ganhar o Euromilhões

Pagar para que o Estádio da Luz passe a ter o meu nome.

Imaginem a manchete:
"Sporting arrasado no Graça".

NG

domingo, julho 24, 2005

PDI

Não quero Mário Soares como Presidente da República pela mesma razão que não quero Ana Maria Lucas como capa da Maxmen.

Já não têm idade para isso.

NG

Mania

O gaguinho tem a mania. Sempre teve a mania. Quando nos conhecemos, há 15 anos, já ele tinha a mania. E agora isto: "(...) ser citado no público e por fim o auge: uma sátira no gato fedorento." Público e Gato Fedorento. Coisas para minorias. Minorias com a mania.

Para mim é Correio da Manhã e Malucos do Riso. Mai nada!

NG

Ora saem uns fumos para a mesa do canto

O PN apareceu por aqui e dei uma saltada ao seu blog fumarento.
E este post "Se existe coisa que eu mais abomino é a promiscuidade entre o futebol e a política. Por isso enoja-me o facto de Alberto João Jardim querer expulsar os chineses da Madeira por acumulação de amarelos." provocou a entrada directa do fumos nos nossos links.

Quanto ao facto de ter um homónimo a escrever lá não me incomoda. Gosto da negatividade suposta mas falsa do meu NG, apesar de não ser original.

NG

Este país não nos larga

Durante a semana sou encharcado com corrupção, incompetência, falta de visão, estupidez e outras coisas tão ou mais irritantes, de tal forma que, na sexta-feira, estou decidido a emigrar para o primeiro país que apontar ao acaso no mapa.
No sábado, passamos - o meu trio familiar e uns amigos catitas - o dia num hotel muito simpático, com uma bela piscina de água celestialmente limpa e fresquinha, debaixo de uma caloraça do camandro.
Domingo, após mais uma sessão de piscina, que continuava com água celestialmente limpa e fresquinha, almoço no Fialho, em Évora.
E depois de um fim-de-semana destes um gajo volta a hesitar e a pensar que este país tem tanta coisa boa e tal e não sei quê e come-se tão bem e tal e coiso e temos paisagens tão bonitas e se calhar ainda há esperança e raios partam isto.

Este país não nos larga.

NG

Ai meu deus que temos visitas!

Estava aqui ver uns posts antigos e fui vendo alguns comentários. Isto afinal já mexe. Se calhar pouco, é certo, mas mexe um bocadinho. E regra geral, tirando uma troca de mimos entre nop e uma professora, a coisa tem sido simpática. Aliás, o último comentário foi muito simpático. Foi assim : ))), e chegou. Obrigado. Para que conste, 5 meses de [ai-dia] são isto em termos de visitas: já fomos referenciados no afixe e já recebemos comentários de pn, 100nada, Elora e febc, para além dos amigos que de forma mais ou menos regular lá vão fazendo uma visita para ler o que se diz de disparates por aqui e de mais uns quantos que não consigo perceber de onde vêem ou se são meros visitantes sem blog.
O próximo passo é constar dos links de outros blogs, ser citado no público e por fim o auge: uma sátira no gato fedorento.

...(III)

elas já chegaram. estão mais perto. já me sinto melhor.

sábado, julho 23, 2005

... (II)

... e este vazio que nem sequer me deixa escrever... só me apetece é "reticenciar"... uma e outra vez... e mais outra... Lido muito mal com isto da solidão... não consigo ir ao cinema sem companhia... não vou a um restaurante sózinho... não passeio sózinho... e acho mesmo que as únicas coisas que faço sózinho são aquelas que não se fazem à frente de ninguém... não se escrevem... não se dizem... porque são mesmo "coisas de fazer sózinho"...
Raios partam este vazio que uma pirralha de 15 meses preenche para lá do limite. Ela e a mãe...
Amanhã volto... menos vazio... espero...

...

Como vou trabalhar este fim de semana a joana levou a pirralhinha para o Alentejo.
















Sinto cá um vazio...

sexta-feira, julho 22, 2005

São estes os políticos que querem?

A seriedade é o requisito mínimo para se ser político. Antes da inteligência, da capacidade de trabalho, da visão, está a seriedade. E não basta ser sério, tem que se parecer sério, ou seja, os políticos têm que estar casados com César.
Avelino Ferreira Torres, Valentim Loureiro e Isaltino de Morais, estão em acelerado processo de divórcio. Estão, por isso, a quebrar a primeira regra de acesso a um cargo político. Mas avançaram, desprezando o facto de o ónus da prova estar, na política, do lado dos arguidos.
Um amigo meu defende a sua intenção de voto no Isaltino, apresentado o seguinte argumento: "roubar, roubam todos, este pelo menos fez qualquer coisa". Vamos admitir, por hipótese, que todos roubam. Roubam porquê? Porque o roubo tem passado impune. Mas, pelo menos no caso destes três senhores, a justiça indiciou-os. Os processos ainda não foram julgados, mas, pelo menos, já é um sinal à navegação, de que o roubo poderá não compensar. Mas não é só nos tribunais civis que estes senhores vão ser julgados. Eles também vão ser julgados nos tribunais populares, onde os juízes somos nós, através do voto. E se votarmos nestes senhores, estamos a passar uma mensagem claríssima de indiferença relativamente à sua seriedade. Adaptando o argumento do meu amigo "desde que façam alguma coisa, podem roubar à vontade". É esta a mensagem que querem passar? São estes os políticos que querem?
Se sim, e no concelho que me diz directamente respeito, votem Isaltino. Eu, que não quero cá esta gente, vou votar noutro qualquer. Nem que seja num candidato do Partido Humanista, escolhido através de um anúncio no jornal.

NG

Don´t leave home without it

Um Admnistrador e um Director Geral de uma empresa identificaram a necessidade de criar um novo departamento. Lembraram-se de um colaborador para liderar esse novo departamento, o que corresponderia a uma promoção. Mandaram contactá-lo mas ele não estava. Contactaram outro e esse estava. Não era o melhor, mas assim o assunto ficava logo resolvido. O colaborador que tentaram contactar nunca soube que tinha perdido a oportunidade de uma promoção, ainda por cima pelo simples facto de não estar contactavel num determinado momento.

Moral da história: nunca deixe o seu telemóvel em casa. Isso pode ser bastante prejudicial para a sua carteira.

NG

p.s. esta história é verídica. Só não sei quem foi o "não contactado".

quinta-feira, julho 21, 2005

Alegrias da vida moderna

Encontrei o flash-disk.

NG

Angústias da vida moderna

Não sei onde é que meti o flash-disk.

NG

A China aqui tão perto

Ontem numa reunião, um colega meu ouviu o seguinte da boca de um empresário textil do Norte:
"Isto tá um calor infernal. Lá na fábrica só tenho mulheres a trabalhar. Mas são mulheres com fibra, do campo. Mas com este calor, e apesar das ventax e de elas trabalharem praticamente despidas, todos os dias algumas caem que nem tordos!"

Nem me apetece comentar. Nem é preciso.

NG

Outra vez não.

Há 2 semanas, o meu amigo nop escrevia o post "Londres" ao qual me verguei por respeito. Hoje, novas explosões em Londres. Estações de metro fechadas, relatos de um autocarro suspeito. O terror outra vez. Mas hoje é diferente, o meu pai, a minha madrasta e as minhas duas irmãs estão em Londres. Estão de férias naquilo que deveria ser uma semana de paz numa cidade linda refeita da tragédia como só ela sabe fazer. Mas não é. Eles estão lá e estão bem. Agora estão bem. Mas a incógnita que paira no ar é aterradora. Hoje eu tremo por dentro. Tal como o meu amigo tremia há 2 semanas. De medo e de horror.
Não quero que aconteça nada aos meus pais e às minhas irmãs. Nem hoje nem nunca mas hoje é diferente.
Dizem agora na rádio que há estações fechadas, que rebentou uma bomba de pregos e que não há feridos. Há 2 semanas, os animais mataram 56 pessoas e feriram 700.
Desdobram-se os comentários e o que mais se ouve é que é impossível prever estes actos. Mas é possível fazer tanta coisa e não é possível controlar estas bestas?
Tenho medo.

Uma puta de confiança.

Fosse isto um anúncio da Mercedes, e o Classe D seria um topíssimo de gama, ful extras, full class, full performance and full exclusiveness. Acrescentará o meu amigo enquanto lê: e full of shit. Não creio. Tantas vezes já discutimos, que um dia havemos de ter a luz mesmo ali à nossa mãozinha. Mesmo mesmo ali. Um dia.
Mas como isto não é um anúncio da Mercedes mas sim algo muito mais sério, não queria - nem podia - deixar de lhe dizer isto: a confiança partilho-a na quantidade e na inversa proporção do poder de compra. Poder-se-á até dizer que sou uma puta no que diz respeito à confiança. Qualquer ideizatita mais bem formada me leva lá. E continua a levar. Acredito que um TGV e uma OTA não sejam investimentos prioritários, mas são necessários. e apesar de fazê-los agora parecer um contrasenso, acredito que é o preço a pagar por não se ter feito antes e não poder ser feito depois. Por fim. não posso deixar de lhe agradecer mais esta pérola - como muitas - da sua pena: Nós não precisamos que a terra mude de trajectória para salvar a humanidade. Precisamos sim de mudar a trajectória da humanidade para salvar a Terra. Obrigado. Fosse este o tema central da próxima cimeira do G8 e quase acredito que até os mais cépticos ganhariam uma fé desmedida.

Isso era o que eu temia

quarta-feira, julho 20, 2005

Última hora: Campos e Cunha não se demitiu

Foi Sócrates que ouviu umas palavras de Campos e Cunha fora de contexto.

NG

p.s. será que o DN teve alguma coisa a ver com isto?

Não há crise, é só o ministro das finanças

Faith no more

O amigo Gaguinho fala de fé. Eu tenho pouca, no geral, por isso não a posso desperdiçar. Opto, por isso, por falar de confiança. Porque essa, tenho para vender. Mas não a qualquer preço. E desde já afirmo que o governo, este governo de Classe D, não tem poder de compra para a minha confiança. Ainda mais com os gastos em TGVs e Otas. Quanto aos 600 milhões que vão saltar, tentando tornar real um sonho de Mao, perseguem o objectivo errado. Nós não precisamos que a terra mude de trajectória para salvar a humanidade. Precisamos sim de mudar a trajectória da humanidade para salvar a Terra. E nisso, apesar de tudo, tenho confiança.
Last but absolutely not the least, Benfica. O Glorioso, e como o meu amigo muito bem sabe, tem a minha total e completamente gratuita confiança.

NG

p.s. não abordei o assunto do Senhor Diogo porque não me pareceu apropriado num post sobre fé. Quando escrever um sobre ingenuidade, talvez.

Experimente lá, não custa nada.

Não sei porquê, mas acho o meu amigo nop com falta de fé. Falta de fé no governo - que ainda assim tem sido poupado por si nos trabalhos que tem publicado - falta de fé na humanidade - 600.000 gajos aos saltos há-de dar qualquer coisa, nem que seja um buraco gigante - e até falta de fé no Benfica. O que é que se passa consigo? não há proteínas nesse organismo? Não tem comido contoletazinhas de novilho? Então você quer-me convencer que o Sr. Diogo está apenas a preparar terreno para as presidenciais argumentando que "anda nisto há mais de 30 anos"? Pois sim; é a experiência.

Assim é que não convenço o meu irmão a não lhe chamar Maria Alice

Hospitais

Não gosto de hospitais. São locais feios e associados ao sofrimento, como cemitérios e o Estádio do Dragão. O pessoal anda todo de bata, fazendo-me lembrar a pré-primária mas sem recreio, e as enfermeiras não são como nos filmes, e nem sequer me estou a referir aos x-rated. Mais do que o cheiro, é a linguagem que me entorpece: não percebo nada do que eles dizem. Nunca temos um raio de uma dor de cabeça ou uma dor na perna. Temos sempre uma cena tipo maningolopogia ou uma vertepetoporose. Mas enfim, tudo compensa quando de lá se sai.

A D. Zélia, autora de belas obras como o meu irmão e, principalmente, de moi meme (desculpa Rui, mas sabes que a modéstia nunca foi o meu forte) vai passar um par de dias num hospital. Sabendo que ela gosta de hospitais tanto como eu, vamos lá fazer uma forcinha para que a saída aconteça rapidamente.

NG

perguntas

e quando no final da entrevista ela lhe perguntou: e trabalho publicado, tem alguma coisa? ele respondeu: trabalho publicado? escreva lá aí agá tê tê pê, dois pontos barra barra, ai traço dia ponto blogspot ponto com.

O Senhor Diogo

O Senhor Diogo, como é carinhosamente tratado na Madeira, estava habituado a outros filmes e, essencialmente, a outros actores. Quem lidou de muito perto com Sá Carneiro, Amaro da Costa e Mário Soares terá, convenhamos, alguma dificuldades em lidar com o Zé, o Luís e os outros actores menores de agora. E, obviamente, não respeita a lei da rolha. A lei da rolha é para os outros, não para ele. Para além dessa tomada de posição óbvia, o Senhor Diogo, observando que a ala PSD/CDS tem um não candidato presidencial e que o PS, simplesmente, não tem candidato, está-se a chegar à frente. Nada melhor do que uma entrevistazita com umas leves críticas ao Governo, umas demarcações subtis das trapalhadas recentes, para se posicionar como o candidato do PS, sem hostilizar o PSD e o CDS.
Pensar que ele se sente verdadeiramente indignado com as chamadas de capa supostamente fora de contexto, e pensar que as mesmas estão fora de contexto e não são o essencial, é esquecer que ele anda nestas vidas hà mais de 30 anos.
Alguém acredita? Para além de uma enormissima minoria?

NG

terça-feira, julho 19, 2005

[ai-dia] sugere

Não é "Old Blue Eyes", não é "Sweet Nat", mas é bom.
Michael Bublé tem desde já o mérito de pôr Nelly Furtado a cantar sem ser as tonterias do "I'm Like a Bird".

E quem não salta é... normal?

Curiosidade mórbida

O Barnabé continua a ser o 5º blog mais visitado.

NG

p.s. como ainda por cima morreu devido a um acidente...

Vejam lá nos bolsos

Salas de cinema perderam 685 mil espectadores no primeiro semestre de 2005
Às tantas é muita gente para se perder. 45 mil ainda podiam andar perdidos pelo Alvalade XXI à procura de qualquer coisa que eles próprios perderam, mais uns quantos perdidos na zona norte à procura eles próprios de uns quantos bastões de baseball deixados pela rua ou na cabeça de alguém. Mas isso não dá 685 mil gajos! Que diabo. Façam lá as contas outra vez a ver se é mesmo isso.

Fora de Contexto

O DN agarrou nalgumas frases de Freitas do Amaral e aproveitou as partes mais quentes para promover uma entrevista de 3 páginas a publicar amanhã na íntegra. Freitas acusou o DN de manipulação. Não estranho. Depois de um arrastão que não existiu, tudo é possível. Vá lá não terem feitos uma capa com a frase "Freitas Acusa o Governo". Também lá está, é verdade, mas não está só. Vale apenas o facto de muitos se terem já apercebido de um jornalismo latente "à la TVI" que prolifera um pouco por todo o lado. Desaparecem assim os jornais de referência para se ficarem uns quantos jornalistas com algum crédito. Ainda.

Não há Contradições

Dias Ferreira assegura não haver nenhuma contradição entre o facto de ter considerado, inicialmente, o contrato inválido e agora invocar o período experimental, frisando que uma coisa nada tem a ver com outra, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
in A Bola
Da mesma maneira que George Bush não encontrou contradições no facto de ter certezas da existência de armas de destruição massiva e não as haver, ou de Maria de Lurdes Modesto cozinhar com Tefal e vender trens de cozinha na TV Shop de marca duvidosa. Nada disto é contraditório mas sobre isso é melhor não fazer comentários.

Uma boa razão para não ser canalizador

Excerto de uma conversa que ouvi hoje num WC entre dois idosos:

- Há dias que parece uma torneira e sai assim tudo certinho. Outros dias vem a conta-gotas.
- Comigo já só vem a conta-gotas. A minha torneira não consegue abrir mais.

NG

“Até m’adormeceu a espinha”

Chego a casa às 8 depois de um dia de trabalho e um jogo de bola duro. A meio da marginal a luz acende – não a da gasolina, mas uma sobre a qual um dia escrevo um post. A luz acende, o suor do jogo transforma-se em suor de será-que-consigo-chegar-a-casa-? Cheguei. Dei banho à pirralhinha, tomei banho, jantei e liguei para a assitência. Um “sim senhor, é já a seguir” mandou o carro de apoio e depois o reboque e o táxi. E à meia noite lá chegou. Primeiro o reboque com um prestável: “oh jovem, isto amanhã de manhã já ‘tá na oficina.”um quarto de hora depois chega o artista. A abrir pela rua fora, pára exactamente à minha frente com algum estardalhaço mas pouco barulho. Entro, digo boa noite e ouço”’noite. Foda-ssss. Isto hoje não pára. É desde as 7 da tarde nisto.” Ponho o cinto – que o gajo não pára de bocejar e dizer que está cansado. “é pá, você tem o mesmo nome que o meu tenente dos Páras. Eu ‘tava a ligar-l’e e a puxar por si, meu, p’a ver se era o gajo, só que o gajo é chancho, é de Bragancha o gajo. É chancho. Mas é que é me’mo o me’mo nome. E ainda por cima mora práqui o gajo. Uma vez... é pá, ‘távamos numa formação...” eu interrompo. “então não íamos para o aeroporto?” já depois da saída da auto-estrada. Novo “Foda-sssssss.” E começa a gesticular a fazer o caminho alternativo na cabeça dele. “mmm.. vira e .... coiso... tam’ém dá.” E segue “...e então ‘távamos lá nessa formação... acho quéra míssies stinger ou uma merda qualquer... era os stinger era, o cabrão vem por trás de mim e manda-me uma calda, o cabrão, era grande o gajo, bem, me’mo com a mão aberta assim pumba. Foda-ssss. Até m’adormeceu a espinha. Um gajo não ‘t´à espera né? É que nem o gajo da frente às vezes nos olhinhos do gajo um gajo vê...” e revira os olhos “ mas o cabrão ‘tava feito com o gajo... é que fiquei com a espinha toda adormecida.” Tento mudar a agulha do discurso para uma questão mais de fundo. “Diga-me lá porque é que esta questão das divisórias não pegou? Era o custo? Não resultava?” “Foda-sss isso não é nada. Os gajos hoje levam um gajo para o meio d’um descampado e ‘tão lá não sei quantos à espera de um gajo e começam a disparar para os pneus e o que é que faz a divisória, ãh?” senti-me compelido a responder: “mas naquelas situações de pessoas armadas com facas?” Isso já não há meu. Agora é tudo armado. Se me entram ai duas baratas – sabe o que é que são baratas? Acenei que sim – e dizem que é pá’ damaia comigo é logo: ficas ali nos arcos e é se queres. É isso ou nada. Os gajos se um gajo se mete no meio deles ‘tão lá não sei quantos à espera d’um gajo e desatam ao tiro. Foda-ssss.” Chegámos. "O balcão da Hertz é ali e faça-me aqui um rabisco por cima dezoito" – da data. Obrigado e boa noite. Anestesiado, agarrei no carro que estava à minha espera e fui para casa. “Foda-ssss, ao menos deram-me um BMW novinho em folha em vez d’um Corsa todo marado.” Parei e pensei: “querem ver q’isto se pega? Foda-ssss.”

O último esforço de Jorge Coelho

Preocupado com os resultados das últimas sondagens, Jorge Coelho convidou César Peixoto, Pedro Miguel Ramos, João Pinto e João Reis para candidatos autárquicos pelo PS. Sim, porque, para além de Bárbara Guimarães, ele também gosta muito de Isabel Figueira, Fernanda Serrano, Marisa Cruz e Catarina Furtado.

NG

p.s. Jorge Coelho também tentou abordar Brad Pitt mas infelizmente as únicas palavras de inglês que ele sabe são oleraite e foque iu.
p.p.s. última hora: o marido da cantora?!, cartomante?!, apresentadora?! Simara estranhou não ter sido ainda contactado por Jorge Coelho

segunda-feira, julho 18, 2005

Domingo na praia

Sábado à noite a Joana lembrou-se que domingo podíamos ir à praia com a pirralhinha um bocadinho. E lembrou-se bem. Viver ao pé da praia e não aproveitar dias como o de domingo seria uma grande asneira. Ainda para mais quando a nossa filha adora praia – um campo aberto infindável onde ela pode andar à vontade, cair sem se magoar e claro, comer areia. E domingo lá fomos. Só que a praia não estava bem como nós imaginámos. E como a pirralhinha gosta. Digamos que, depois de 2 semanas pelo Algarve e Alentejo em praias praticamente desertas, as da linha do estoril não são bem a mesma coisa. Muito menos ao domingo. Se aquilo fosse um parque de estacionamento, à entrada estaria um placa a dizer “Completo. Mais que completo. Cheio que nem um ovo. A abarrotar. Get the fuck outta here”. Mas aquilo não é um Parque de Estacionamento. E nãohavia placa. Quando cheguei converti-me: Cristo Senhor! O que é isto? Um monte de gente junta como se fosse um nível do tetris mas jogado por um invisual. Espaços de 30 cm entre toalhas, sem passagem para a zona de areia molhada. Zona essa que, ai meu deus!, onde é que eu fico? Estava toda a gente nas toalhas e toda a gente à beira da água. Estava toda a gente na praia. Estava lá toda a gente eu tive a triste ideia de lá estar também. Acho que a pequenina estranhou um bocadinho – ela estava habituada a andar à vontade com poucas pessoas e pouco movimento. E domingo na praia ela quase não conseguia baixar a cabeça – tanta era a gente que passava de um lado para o outro, que jogava à bola num 3 para 3 em campos de 1 por 1. Putos a correr por entre a multidão, velhos, novos, altos, magros, louros e morenos, louras e morenas, ruivas e carecas, homens e mulheres, brancos pretos e de outras cores. Estava lá toda a gente. Ricos pobres, saudáveis, atletas, agarrados à coca e ao pó, agarrados aos charros e acima de tudo, agarrados uns aos outros. E por causa de tanto agarranço, agarrei na joana, na pequenina e na mochila e fui para casa. Enquanto me lembrar acho que não vou fazer praia aos domingos – pelo menos a um mínimo de 30 quilómetros de casa, mesmo com a praia à vista da janela.

Estou não sei quê

Agenda de hoje:

Até às 12 horas:
- completar 3 propostas e enviá-las para a Admnistração
- definir objectivos para uma nova campanha

Às 12 horas:
- reunião de kick-off do Plano de Marketing 2006

Às 15 horas:
- reunião de ponto de situação sobre a implementação de uma nova aplicação informática

Até ao final do dia
- redigir um guião de abordagem comercial
- todas as outras coisas corriqueiras

Como é que é aquele ditado: " Não sei quê e mal pago"?!

Mais que mal pago, hoje estou-me a sentir não sei quê.

NG

Benfica (compre o kit novo sócio) Chelsea

Estava uma bela casa (compre o kit novo sócio) como soi dizer-se. O Benfica (compre o kit novo sócio) esteve benzinho e o Chelsea (compre o kit novo sócio) também. Gostei do Andersson (compre o kit novo sócio) e do Beto (compre o kit novo sócio). Mantorras (compre o kit novo sócio) teve bons apontamentos e o Nuno Gomes (compre o kit novo sócio) não. O resultado (compre o kit novo sócio) não interessou para nada.
Definitivamente (compre o kit novo sócio) não me agradam jogos (compre o kit novo sócio) a feijões.

NG(compre o kit novo sócio)

p.s. (compre o kit novo sócio)
p.p.s.(compre o kit novo sócio)
p.p.p.s. antes que me esqueça: havia alguma insistência(compre o kit novo sócio) na compra do kit novo sócio

domingo, julho 17, 2005

Não gosto do Figo

O Figo é um bom jogador: tem dois pés, como diria o Gabriel Alves, revela uma estrutura mental muito forte, como diria o Rui Santos, e ganha um ordenado obsceno, como diria Jerónimo de Sousa. Mas eu não gosto do gajo. Não gosto daquela cara de quem não recebe ordenado há seis meses. Pior, de quem não caga há seis meses. E é com essa cara de prisão de ventre que o gajo joga sempre. Mesmo quando marca um golo, tem o ar de quem se quer despachar para depois do jogo se ir meter no WC, a ler a Caras, e finalmente aliviar a tripa.
Futebol é alegria, é entusiamo, é o Eusébio a correr pelo campo todo a dar murros no ar, é o Mantorras a abanar-se todo, é o Rui Costa quase a chorar.
Para caras de prisão de ventre quando se está a trabalhar, já basta a nossa.

NG

sábado, julho 16, 2005

Sou o maior

Transcrição do SMS que enviei há pouco à minha mulher: "Pitu almoçada e a dormir"
Resposta: "Ganda pai!"

Não posso deixar de reconhecer que é absolutamente verdade.

NG

Eu aposto na 3

Através de "O Insurgente" tomei conhecimento do interesse do Santana Lopes em encontrar uma solução de enquadramento para o Ballet Gulbenkian.

O que é que o BG terá que possa atrair o PSL?

Hipótese 1: dança ao som dos violinos de Chopin
Hipótese 2: coristas para o Parque Mayer
Hipótese 3: gajas rijinhas e ginasticadas
Hipótese 4: vingança pelo Calouste Gulbenkian não ter respondido a uma carta que o PSL lhe enviou há 15 dias

NG

sexta-feira, julho 15, 2005

A minha definição dos ismos

O meu entendimento do mundo é linear. Para dizer a verdade, é simplista. Li pouco e do que li nem me lembro dos autores. Não só não sei escrever Haiek correctamente, como não faço ideia quem o tipo seja. Daí ter que recorrer a imagens relativamente disparatadas para (tentar) explicar as minhas opiniões. No caso dos ismos (liberalismo, socialismo e comunismo), vou utilizar uma corrida de 100 metros.

A forma como actualmente funcionam as corridas de 100 metros é liberal. Existem regras, e quem zele pelo seu cumprimento, mas os atletas podem correr o mais rapidamente que puderem e tentam chegar primeiro. E quem chega primeiro recebe um prémio, quem chega a seguir recebe um prémio inferior e assim sucessivamente até aos tipos que não recebem nada.

Caso a corrida de 100 metros fosse socialista, existiria um mecanismo de diferenciação positiva. Os atletas com tempos históricos mais baixos poderiam partir uns metros mais à frente, para terem maiores possibilidades de ganhar. No entanto, os atletas mais velozes começariam a registar piores tempos para que, quando chegassem à corrida decisiva, estarem também uns metros mais à frente. Entretanto, os atletas mais lentos começariam a reclamar pelo que entendiam ser uma fraude, fazendo greve. Para resolver a situação, criava-se uma comissão independente destinada a analisar a taxa de esforço dos atletas mais velozes. A corrida de 100 metros seria atrasada vários meses. Quando se realizasse, o atleta colocado mais à frente, e que ganharia a corrida, era filho do dono da empresa que patrocinava a corrida e sobrinho do presidente da comissão independente.

Numa corrida de 100 metros comunista, a primeira mudança seria no vestuário, ou seja, tudo igual. Depois, a organização, composta por antigos corredores e já com uma idade bastante avançada, escolheria os atletas participantes, separando-os por várias corridas, tendo em conta a altura, peso e massa muscular, para todos terem as mesmas hipóteses. Atletas mais rápidos do que os outros em pelo menos 2 segundos seriam imediatamente eliminados, proibidos de participar em futuras corridas e apagados de todas as fotografias das corridas. Todos os atletas participantes iriam ao pódio, que seria plano, para que ninguém se destacasse. Conclusão: numa corrida comunista, muitos correm, mas ninguém ganha nada.

Perceberam alguma coisa?

NG

p.s. para quem dê por falta do Conservadorismo, a explicação para isso é simples: os Conservadores não gostam de correr e muitos nem precisam.

(actualizado)

Simplificações

A minha sobrinha simplifica muita coisa. Nem tudo, mas muita coisa. E isso é bom, principalmente quando se tem 20 anos e se tem uma vida inteira para complicar. Apercebi-me disso quando há uns tempos me ligou, para saber se eu percebia alguma coisa de"aquilo das taxas". "Aquilo das taxas", após algumas perguntas e de um momento de perplexidade, era Cálculo Financeiro. Esqueci a ocorrência até que hoje me disse que estava a estudar "aquilo do risco". Tradução: Gestão Financeira. Foi então que vi a luz, que me apercebi das potencialidades disto. Uma forma muito mais clara de comunicação, que todas as Universidades deveriam utilizar. Imaginem o curso de Gestão. Em primeiro lugar, licenciatura é aquilo da Universidade. Depois, as cadeiras: matemática=aquilo das contas; tecnologias de informação=aquilo dos computadores; macroeconomia=aquilo do PIB; contabilidade: aquilo dos balanços; introdução ao direito=aquilo das leis; marketing operacional=aquilo dos produtos.
Faltam as propinas: aquilo dos cotas.

Para terminar, não se esqueçam de fazer todos uma forcinha porque a miúda tem um exame amanhã.

NG

Candidatura agressiva

Carmona Rodrigues, depois de lançar outdoors onde ameaça dar porrada a Lisboa (a versão integral do outdoor é "Vamos lá Lisboa, anda lá maricas de merda, que eu prego-te dois murros na tromba", mas um budget curto forçou a versão resumida), refere que o seu programa para a Lisboa é "à minha maneira".
Utilizar o título de uma canção dos Xutos e Pontapés não me parece inocente.

NG

quinta-feira, julho 14, 2005

Coincidência

«Ser friamente riscada pela caneta de um burocrata é uma triste sina para um grande projecto cultural [Ballet Gulbenkian]*» by Francisco Louçã.

Fui durante mais de uma década espectador fiel do BG, como já disse aqui. Coincidência do caraças, nunca lá vi o Louçã. Provavelmente porque anteriormente o Chico achava que o BG era um projecto de burocratas para satisfazer burgueses.

NG

* convém lembrar que o BG nasceu pela assinatura fria de um burocrata, pelo menos nos cheques.

Apita o Combóio

Quando um dia me sentei no combóio depois da faculdade para ir para casa; quando abri o livro e comecei a ler sentou-se à minha frente - aqueles bancos de 4 - "o mitra". Voz entramelada, mãos nos bolsos, ar seboso e cabelo em desalinho - não por ser fashion mas por não ver água há pelo menos 1 mês. Branco. Que não tinha dinheiro para comer, que dormia num carro, que era toxicodependente, que tinha sida, hepatite, pé de atleta e uma crise de hemorroidal capaz de fazer corar a fístula aberta de um leproso. Resumidamente, que a vida não estava para grandes despesas e a droga para além de ser pouca, era cara. Não levantei os olhos do livro até ouvir a deradeira argumentação: porque eu podia sacar da seringa que tenho aqui no bolso e dar-te com ela e tu ficavas desgraçadinho e se há cena que eu não curto é que não me dêem atenção. Acho que o som do livro a fechar se ouviu por toda a Estação do Cais do Sodré. E como um anjo que desce dos ceús para com a sua espada divina repôr a justiça, o combóio apitou e o mitra, olhando de soslaio para mim, levantou-se e correu porta fora juntando-se ao grupo de 10 ou 15 mitras que corriam pela estação. Até Oeiras não mais abri o livro, não fosse o anjo sair em Caxias ou na Cruz Quebrada e o mitra voltar.

Negociar

Andam prá aí umas polémicas sobre negociações com terroristas, entre os que defendem que não há diálogo possível e os que acham que nada é possível sem diálogo. Eu nunca estive (acho) com terroristas, mas já fui assaltado. Nessa altura, eu tentei negociar. Quando me disseram para passar a carteira, eu contrapuz uma proposta de entregar 5 contos e não gritar, o que me pareceu bastante razoável. O assaltante, que tinha um argumento muito forte, pelo menos parecia bastante afiado, retorquiu com um "Dá cá essa merda caralho, antes que te foda todo". E eu, não querendo bloquear a negociação, aceitei os termos propostos.

Este exemplo (completamento inventado, aliás) não fica muito longe do que eu penso ser o resultado da negociação com terroristas.

NG

2 minutos

Demoro, em média, cerca de 2 minutos a escrever estes posts. Vantagem: é rápido, não prejudica o trabalho. Desvantagem: certas coisas ficam uma grande merda. Bom, entretanto já demorei um 1,50 minutos. Adeus.

NG

[ai-dia] sugere: Quinteto Tati

Com dois elementos dos Belle Chase Hotel, incluíndo o vocalista e letrista JP, o Quinteto Tati lançou - acho que foi o ano passado - um belo CD. Boa música, com uma grande mixórdia de influências (eu sei, nunca poderia ser critico musical da Y ) e grandes letras:
"Com um pouco de sexo e muita poesia ainda nos vamos casar". Só isto merece a compra. Quem os quiser ver ao vivo é ir hoje à noite ao Bairro Alto.

NG

bom dia meu amor

Há uma força qualquer na voz das pessoas que amamos capaz de nos alentar como nenhuma outra.
Acordei passava pouco das 6 e 45. levantei-me, vesti os calções, t-shirt e ténis, agarrei no saco e depois de um beijo a cada princesa, fui. Cheguei ao ginásio, fiz a minha aula, duche, vestir e carro. Abri o porta luvas e tinha 3 chamadas não atendidas. O meu amor. Liguei. "Tou, bom dia" "Bom dia meu amor" e se ela não tivesse dito mais nada, só isto chegava para me alimentar até a poder ver ao fim do dia. Amo-te. E à filha também.

quarta-feira, julho 13, 2005

Ainda a matemática

A ministra da educação, a propósito dos resultados dos exames do 9º ano, desresponsabilizou os alunos e professores, considerando haver “falhas” e "problemas de condições de ensino e de aprendizagem", desde logo no primeiro ciclo do ensino básico. A desresponsabilização abre caminho à irresponsabilidade. Não duvido das falhas apontadas pela ministra, mas certo é que tanto os professores, como os alunos, e respectivos pais, podem e devem fazer mais. Concentrar as "culpas" ou "méritos" no Estado é uma doença típica de uma sociedade socialista como a nossa, alimentada pelos diversos governos (incluíndo os do PSD/CDS). Não existe uma cultura de exigência, lembro-me até do Louça dizer que os exames no 9º ano provocariam uma pressão desnecessária nos alunos. Para que é que serve a escola, afinal? Não será para preparar jovens para a vida adulta?

Tudo isto contribui para algo que ouvi ontem de um puto. Comentando o seu mau resultado no exame, referiu que nunca teve muito jeito para matemática. Ponto final. Se calhar, quando for adulto, também não terá muito jeito para trabalhar.

NG

terça-feira, julho 12, 2005

A sério? Inacreditável!

Matemática

Dominar a Matemática, ainda que superficialmente, implica uma série de capacidades:
- Planeamento e análise
Memorizar, embora em parte necessário, pode ser perfeitamente inútil. É preciso compreender. Daí que o estudo tem (deve) que ser planeado, identificando as áreas onde há maior dificuldade, para se pedir esclarecimentos a professores ou colegas e repartido bem o tempo aplicado a praticar a resolução de problemas nesta ou naquela matéria, consoante o seu grau de complexidade. Nos exames, este exercício é fundamental, pois corre-se o risco de passar todo o tempo a tentar resolver um único problema, pelo que se tem que hierarquizar as diversas perguntas por grau de complexidade.
Qualquer problema tem uma única solução, mas poderá ter várias formas de abordagem. Daí ser preciso identificar os caminhos possíveis e escolher aquele que parece mais indicado. Sem este passo, perde-se muito tempo, o que poderá ser, como já referi, determinante num exame.
- Rigor
Na matemática, a doutrina não diverge, a solução é única. Uma mera troca de sinal a meio da resolução de um problema dá origem a um resultado errado. Rigor é fundamental.
- Trabalho de qualidade ou Eficiência
Não se passa a matemática com memorização intensiva e cábulas. É preciso praticar, praticar e praticar até se perceber e dominar os conceitos. É também preciso recorrer a ajuda (professores, colegas, pais e mesmo tios - não é verdade, Rita?) quando não se consegue mesmo ver a luz. E insistir, não desistir até percebermos a lógica da coisa. Não vale a pena insistir naquilo que não se percebe, na vã tentativa de memorização de todas as hipóteses de problemas. Mas do que quantidade, é preciso qualidade no trabalho.

Se pensarmos um pouco sobre as falhas da sociedade portuguesa, tanto na esfera pública, como na esfera privada, algumas das principais não serão estas? Falta de Planeamento, Rigor e Eficiência? E será que estas falhas não terão muito a ver com o aproveitamento péssimo dos portugueses nesta disciplina?

Nos exames do 9º ano, mais de dois terços dos alunos chumbaram. No 9º ano! Mais de dois terços! Vamos ter mais uma geração de alunos que irão escolher a via de ensino que lhes permita fugir a Matemática e, com isso, fugir de um instrumento importantíssimo para dominarem melhor a mais fantástica ferramenta que a natureza nos deu: o cérebro.

Preocupante? Não, dramático.

NG

segunda-feira, julho 11, 2005

Blog Lamechas do Ano

Eu sou um pai babado. O Gaguinho pai babado é. Ainda tinha esperança que o Al Vez contribuísse para que o [ai-dia] mantivesse níveis mínimos de testosterona. Mas não: o gajo, ainda o puto não viu a luz do dia, já é um pai babado. Fosga-se*!

NG

* não escrevi f*d*-se, porque a minha filha pode um dia ler isto.

Aqui não!

Terroristas,

caso vos passe pela cabeça realizar um atentado neste cantinho europeu, esqueçam. Aqui não! Por variadíssimas razões:

- a maior parte do mundo confunde-nos com Espanha, logo iriam, na prática, atingir um país cujo governo actual já se pirou do Iraque;
- os nossos bombeiros estão ocupadíssimos com os incêndios e as estações de televisão também. Dificilmente se arranjariam bombeiros e jornalistas para se ocuparem com qualquer atentado;
- os nossos transportes públicos andam sempre atrasados, pelo que as vossas bombas poderiam rebentar ainda nas paragens. Para além disso, caso escolhessem a Linha de Sintra como alvo, dificilmente chegariam a Lisboa sem vos gamarem as bombas;
- a alternativa de utilizarem carro, também se revelaria contraproducente: demoravam no mínimo uma hora a chegar e se começassem a apitar para apressar o pessoal, arriscavam-se a levar umas bofetadas no focinho de um condutor mais exaltado;
- por último, atentados suicidas não funcionam em Portugal. Como vocês são estrangeiros, o Alberto João Jardim não vos quer cá nem mortos.

NG

A praia – como nunca a tinha visto antes.

A praia, ao contrário do que muita gente pensa, não é areia e água sem fim. Não não é. Não é um dia a torrar ao sol e a babar das 3 às 5 na toalha para acordar suadinho e desatar a correr para ir dar um mergulho. A praia para mim agora é isto:
Saco amarelo mais saco das toalhas mais a mochila com o balde, a pá, o ancinho, as formas e a peneira que ela nunca há-de saber usar, mais a máquina fotográfica e os cinco cartuchos vazios prontos para receber a mesma fotografia vezes sem conta, mais a máquina de filmar e uma cassete virgem sabe deus o que poderá a miúda fazer, mais as chaves do carro, mais o cinzeiro de praia, mais o tabaco, mais duas t-shirts de reserva porque ela só quer é água, mais o roupão para não vir nuinha e evitar uma constipação de verão, mais o chapéu de sol que não serve para nada porque ela não quer estar quieta – muito menos à sombra – um segundo que seja, mais o biberão da água que vai no saco amarelo, mais um chapéu por precaução não vá o outro voar com o vento ou ela ter um ataque de boa disposição a mandar com o que tem na cabeça para a água e mais qualquer coisa que nós nos esquecemos de trazer mas que eu tinha a certeza de ter posto no saco das toalhas e a Joana de ter visto na mala do carro. E só meti agora a primeira para sair do estacionamento.
Chegamos. Regra geral adormeceu nestes quinze minutos de viagem e acorda com o travão de mão. Tira da cadeira e assim que vê a mochila com o balde, a pá, o ancinho, as formas e a peneira que ela nunca há-de saber usar, começa um “dá, dá, dá” que só acaba na areia quando finalmente o pai ou a mãe “dão”. E começa a festa: dois passos – cai – levanta - três passos – segura - olha as pessoas - afasta - mete areia na boca - “abre a boca Carolina - tira a areia da boca - dá água - passa a menina”ai que linda” – duas velhotas em passeio “olha para esta coisinha mais linda” – sorriso e aceno concordante – dez passos – corre e segura antes que a água lhe chegue aos joelhos – volta para trás – “onde é que está mãe? Olha a mãe... vamos levar as pedrinha à mãe” – Joana vou dar um mergulho. E entra a mãe em cena: cinco passos – “vou-te apanhar” – segura – dá a mão – senta – castelo na areia – destruição maciça com um toque de pé – areia na boca - “abre a boca Carolina - tira a areia da boca - dá água – passa a senhora “quantos meses tem? És muito linda sabias?” – chega a escola com seiscentos putos aos gritos e é então que acontece a paz. Trinta, quarenta vá. Quarenta e cinco segundo ao limite de plena quietude. A Carolina pára para ver o que se passa. Quarenta e cinco longos segundo de sombra – se estiver por acaso numa – e logo a seguir: levanta – quatro passos – senta – levanta – cinco passos – mete areia na boca – deita a língua de fora e diz “cocó” – levanta e vai para a água – corre – segura – mão na mão até vir a onda pequenina – sorri-
E isto vale tudo.
Das nove às dez e meia é isto, sendo que o despertar foi à oito e a praia é já ali. Mais praia? Sim claro. A partir das cinco e tal quase seis até às sete e muito. E a dose não muda: Saco amarelo mais saco das toalhas mais a mochila com o balde, a pá, o ancinho, as formas, enfim, acho que dá para perceber.

domingo, julho 10, 2005

O que o Vasco Pulido Valente irá pensar de mim...

Esta semana comprei o Expresso outra vez.

NG

Coerência

"Sede de Isaltino ilegal" in Expresso (sem link)

NG

No Estádio Nacional

Asafa Powell e Francis Obikwelu preparam-se para a prova dos 100 metros. Os dois atletas negros arrancam como relâmpagos. Uma idosa olha para a pista e grita "Ai meu Deus, outro arrastão!". Perante este alerta, a multidão entra em histeria, correndo para fora do Estádio. Entretanto, Obikwelu termina em primeiro, seguido de Powell e de Antunes, Agente da PSP alertado pelo grito da idosa, que melhorou o seu anterior record em 5 segundos, alcançado há cerca de um mês na praia de Carvavelos. A idosa, em declarações à TVI, referiu que sentiu um pânico enorme quando viu cerca de 500 negros a correr em direcção à bancada. "E se corriam depressa, minha nossa senhora", adiantou. Referiu ainda que os viu a roubar coisas, incluíndo umas medalhas que tinham ao pescoço. Foram infrutíferas as tentativas de contactar Obikwelu e Powell, que se encontram ainda na esquadra de Oeiras a prestar declarações. O Agente Antunes recusa-se a devolver a medalha de bronze, por considerar tratar-se de um direito adquirido.

NG

sexta-feira, julho 08, 2005

Hino à liberdade

Vi em Londres, há uns anos, um desfile a propósito do Remembrance Sunday, dia em que se homenageiam os mortos ou feridos durante as guerras. Fiquei muito impressionado e até comovido com os veteranos de guerra, muitos dele desfilando de canadianas e cadeiras de rodas. Transmitiam uma força contagiante, alimentada por orgulho, dignidade e coragem, só possível vindo de quem se sacrificou para lutar pela liberdade.
Os tempos são outros, as formas de luta também. A normalidade com que os Londrinos encararam o regresso à sua vida de todos os dias, depois dos acontecimentos de ontem, é também de uma força contagiante. É também um hino à liberdade.

NG

quinta-feira, julho 07, 2005

Londres

Quando escrevi o post anterior, estava longe do que se passou em Londres. Não há maior catástrofe do que a morte de inocentes. Não há maior canalhice do que a morte propositada de inocentes. Não há maior ameaça do que aquela vinda de quem não respeita a vida de inocentes. Pensar que uma série de atentados ocorreu na cidade provavelmente mais preparada para os evitar, é assustador. Pensar que a minha mulher (que viveu lá um ano) ou a minha filha, inocentes, completamente inocentes, não estão a salvo (porque ninguém está) desta corja de cobardes, é aterrador.

Hoje, pelo menos, não escreverei mais graçolas. Estou a tremer por dentro. Mas melhores dias virão. Melhores dias terão que vir.

NG

Catástrofes com nome

O Dennis anda a fazer estragos. Esta mania de dar nomes aos furacões, ainda por cima nomes relativamente queriduxos, terá, porventura, como objectivo mitigar o drama. Em vez de se ouvirem gritos de "Cuidado! Vem aí o furacão", ouve-se "Cuidado com a Josephine". Os relatórios de rescaldo poderão ter comentários do tipo "O Teddy partiu isto tudo" ou "A força da Lili arrancou 32 árvores".
Mas, apesar de tudo, acho graça a este principio e vou passar a adoptá-lo. Começando pela seca, vou-lhe chamar Arnaldo. "Arnaldo afecta 97% do país" soa bem, não soa? Já ao défice, que também se pode considerar uma catástrofe, vou-lhe chamar Alzira: "Temos que conter a Alzira", "Temos que reduzir a Alzira", "Governo preocupado com a Alzira" e, por último, "Há vida para além da Alzira".

NG

quarta-feira, julho 06, 2005

O que os homens portugueses pensam sobre o TGV e o aeroporto na OTA

Perante o anúncio da construção do novo aeroporto e do TGV, os homens portugueses ficaram indiferentes. Até que ouviram alguns críticos, que designaram esses investimentos como Elefantes Brancos. A partir dessa altura, a maioria mostrou-se francamente a favor.

NG

A palavra de um dos vírus

"Portugal é uma sociedade civicamente enferma" Alberto João Jardim in O Diabo

NG

Adeus BG

Quando, há mais de 10 anos, a minha mulher me levou pela primeira vez a ver o Ballet Gulbenkian, estava longe de pensar que isso passaria a ser uma acção obrigatória da nossa vida. Nunca falhámos um espectáculo durante todos estes anos, inclusive num dia em que se jogava a nossa qualificação para o Euro 2000 (lembras-te Miguel?).

O BG rasgou-me os sentidos, algumas vezes de forma agressiva, fazendo-me ver, ouvir e sentir coisas diferentes, muitas delas fantásticas, outras nem por isso, mas muito poucas vezes senti indiferença. Não sou saudosista, mas não quero deixar de prestar a minha humildíssima homenagem a todos os que integraram o BG, desde directores a bailarinos, cenógrafos a coreografos, por terem melhorado a minha vida.

NG

Mais projectos fundamentais e estratégicos

Sócrates anunciou que irá avançar para o TGV e o aeroporto da OTA. São sem dúvida absolutamente nenhuma dois projectos estratégicos e fundamentais para Portugal. Mas existem outros projectos igualmente fundamentais e estratégicos, que eu coloco à apreciação do nosso primeiro:

- Barragem nas Berlengas;
- Estaleiro Naval em Campomaior;
- Piscina Olímpica com 300 metros e 32 pistas em Sarzedas;
- Rede de Metropolitano em Freixo de Espada à Cinta;
- 10 estádios de futebol (espera aí, isto já foi feito e teve o cunho do nosso primeiro, que na altura era só Ministro).

NG

terça-feira, julho 05, 2005

Jorge Sampaio redige comunicado da Gulbenkian

"O Ballet Gulbenkian é extinto no quadro de reestruturação da instituição (...). a sua acção será mais incisiva através de fórmulas renovadas, mais directamente dirigidas às necessidades que hoje se identificam neste domínio e mais consentâneas com o seu estatuto institucional (...). o panorama da dança em Portugal alterou-se profundamente no que se refere à criação, acesso ao reportório internacional e formação profissional".
(excertos de um comunicado do Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian)

NG

O que o Jorge diz

O Jorge tem três tipo de discursos:

- o discurso incompreensível, como se de um filme sueco sem legendas se tratasse. Adopta este tipo de discurso quando não percebe nada sobre o tema em questão e não o quer demonstrar;
- o discurso popular, tipo gajo de Alfama ( "Naturalmente que se quiserem um automovelzinho, a banca está disposta a fazer umas prestações que eu até penso - que pena não ter de comprar carro - porque é uma maravilha."). Adopta este tipo de discurso quando não percebe nada sobre o tema mas não sabe que não percebe nada sobre o tema e quer mostrar-se esperto.
- o não discurso, quando percebe muito bem o tema mas não se quer comprometer(Exemplo, Alberto João).

Problemas? Vários. O Jorge não é um tipo qualquer, é Presidente da República. O que o Jorge diz, como é Presidente da República,escreve-se. E como se escreve, lê-se. E na maior parte das vezes não vale mesmo a pena ler.

NG

Dirás o mesmo quando for a tua vez?

Raios partam o Ramalho Ortigão

Não tenho nada contra a obra literária do senhor. Tenho sim contra o seu viaduto. Ramalho, queres fazer obras, tudo bem, mas despacha-te. Tou a demorar mais meia-hora por dia!
E se não fizeres nada, queixo-me ao Santana Lopes. Não te rias, olha que não seria a primeira vez que o Presidente da Câmara de Lisboa em exercício enviaria uma carta a um morto.

NG

segunda-feira, julho 04, 2005

Fedelho mal-educado

O menino Alberto João, como qualquer fedelho mal-educado, quer captar as atenções. Para isso, como qualquer fedelho mal-educado, não hesita em dizer asneiras. E se pouca gente lhe liga, como qualquer fedelho mal-educado, diz ainda mais asneiras. A culpa, como com qualquer fedelho mal-educado, é dos pais, no caso representados pelos diversos primeiros-ministros de Portugal: em vez de castigarem o menino Alberto João, ficam calados e continuam a dar-lhe mesada, através de uns valentes milhões que lhe entregam todos os anos.
O menino Alberto João, como qualquer fedelho mal-educado, precisa de uns açoites. Já que ele falou em chineses, proponho um açoite por chinês existente... na China. Talvez não desse grande resultado, como com qualquer fedelho mal-educado, mas pelo menos serviria de exemplo aos fedelhos que possam estar a pensar em ser mal-educados.

NG

13 anos

Faz hoje 13 anos que eu e a minha mulher iniciámos uma longa brincadeira. A brincadeira ainda ficou mais gira o ano passado quando fomos pais. E a brincadeira promete não ficar por aqui.

Estamos os dois de parabéns: apaixonarmo-nos é obra, continuar apaixonados ao fim de 13 anos é obra de arte.

NG

Cover bands

Queen sem Mercury mas com Rodgers. Doors sem Morrison mas com Asbury (embora este seja assustadoramente parecido com o original). E como a idade não perdoa, qualquer dia temos os Stones sem o Jagger mas com o Tony, sem o Richards mas com o Adam. Tudo bem. Mas não fiquem por aqui: que tal o Bowie sem o Bowie ou o Dylan sem o Dylan? Bastava arranjar um gajo esquelético e colocar-lhe uma lente de cada cor. No caso do Dylan é arranjar um ex-alcoólico e que cante mal. Tudo fácil e tudo dá dinheiro. Mas que é triste, é.

NG

Manhã

Detesto a manhã, tudo na manhã, todos os pormenores da manhã. Detesto números de um só digito, acordar às 6, às 7, às 9 que seja. Detesto pequeno almoço, porque é pequeno e não é almoço. Como coisas que nunca comeria se não fosse manhã: flocos. Nunca comeria flocos se não fosse uma refeição rápida. E esta é outra coisa que odeio na manhã: a urgência. Duche rápido, refeição rápida, vestir rápido, despedidas rápidas. E o fresquinho da manhã juntamente com a luz ténue, meio desfocada. Detesto tudo isso. Mas não lhe consegui fugir. Quando estudava, consegui quase sempre ter aulas à tarde. E aí sim, acordava às 11, fazia tempo até tomar duche e almoçava. Quais floquinhos, quais quê, com um bife é que se começa o dia. O trabalho e a correspondente manhã, logo me agarraram. Acordar às 6! Às 6! 6 é uma excelente hora para um tipo se deitar mas uma tragédia para um tipo se levantar. Mas ainda me vingava ao fim-de-semana, quando a luz solar só me via depois do meio-dia. E o escape de final de semana continuou por muitos e bons anos, até que nasceu a tirana da minha filha. 7 da manhã, 8 com um bocado de sorte e lá está. Acabou-se a ronha, o pequeno-almoço na cama, a leitura de jornais até me doerem as costas. Agora, com a tirana, é levantar e acabou. E entre as 9 e as 10 estamos na praia. E a praia de manhã é verdadeiramente insuportável. É fresquinhha, lá está, fresquinha. Num país com tanta gente com direitos adquiridos, deixem-me ter um, vá lá: o direito adquirido de não frequentar as manhãs.

NG